domingo, 22 de abril de 2012

Home Devices: cuidado com os tratamentos dermatológicos feitos em casa!



Nos últimos anos, popularizou-se, especialmente nos Estados Unidos, a venda de equipamentos conhecidos como home devices, para uso em casa, que dizem oferecer resultados semelhantes aos procedimentos estéticos realizados apenas nos consultórios médicos.
Como toda febre de consumo, a aceitação no mercado norte-americano tem sido grande. No Meeting da Academia Americana de Dermatologia de 2011, por exemplo, um dos lançamentos de destaque foi um aparelho de laser de 1.440 nm, para uso doméstico. Também são coqueluche na América do Norte, os LEDs de baixa intensidade que prometem realizar a bioestimulação para o crescimento de cabelos, rejuvenescimento facial, melhora de celulite e gordura.
Apesar do Food and Drug Administration (FDA) ter aprovado o uso desses equipamentos para tratamentos domiciliares por, em princípio, não envolverem riscos, a questão que se coloca é: será que realmente não existe perigo à saúde dos pacientes e um estímulo sem controle ao autotratamento? No Brasil, ainda não há equipamentos de laser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas alguns consumidores garantem os seus exemplares em viagens ao exterior.

Limitações dos equipamentos
Para o Dr. Alexandre Filippo (CRM-RJ 52541757), membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), conselheiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e membro da Academia Americana de Dermatologia (AAD), os home devices representam um modismo que, por empregarem energia extremamente baixa, exigem muita disciplina por parte de seus adeptos. “Acredito que, nesse caso, o maior risco é o das pessoas não alcançarem os resultados almejados. Se não forem utilizados regularmente e por tempo prolongado, os aparelhos não trarão qualquer modificação.”
Dr. Filippo exemplifica, citando os limites dos LEDs de bioestimulação para crescimento de cabelos para uso em casa. Enquanto o equipamento utilizado nos consultórios tem entre 500 e 1.000 lâmpadas, o home device para esta finalidade conta com, no máximo, nove. “O paciente precisa utilizar frequentemente o aparelho durante um longo tempo, e dificilmente terá resultados comparáveis aos do consultório. Isso aumenta a chance de abandono e insatisfação”, afirma.
Quanto aos efeitos divulgados pelos fabricantes de home devices, Dr. Alexandre Filippo é enfático ao afirmar que esses produtos não têm como competir com os lasers de consultório. “Creio que serão um recurso a mais na rotina diária de cuidados com a pele. Podem substituir alguns tratamentos dermocosméticos, mas nunca os procedimentos de consultório, que são mais potentes e contam com o acompanhamento e expertise do dermatologista”.

Fonte: SBCD ( http://www.sbcd.org.br/noticia/2043)

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