terça-feira, 31 de maio de 2011

Cursos de Estética e Cosmética no Brasil

A tecnologia gerada pela produção dos cosméticos, associada à demanda do mercado, impôs a necessidade da profissionalização do esteticista para que este profissional estivesse preparado para compreender os processos fisiológicos, a estrutura anatômica da pele e as reações químicas decorrentes da aplicação de um produto sobre a pele. No Brasil, a profissão de esteticista começa por volta do início do século XX, com a função de aplicar e vender um cosmético.
          Ao longo dos anos, a história da Estética foi construída com muita luta e perseverança por um crescente exército de pioneiras que, de uma maneira informal, levava aos lares de outras mulheres seus cosméticos e suas técnicas de embelezamento, retornando aos seus próprios lares com os proventos que lhes permitiam ajudar no orçamento doméstico. Já naquela época, apesar de todas as adversidades enfrentadas, aquelas mulheres sonhavam com o dia em que a qualidade de seu trabalho, refletida no bem-estar proporcionado às suas clientes, seria reconhecida pela sociedade.
Em 1976, o SENAC implantou o curso Técnico de Estética Corporal. Mediante a crescente importância de suas atividades e as novas perspectivas que se configuravam no decurso das últimas décadas, os profissionais da Estética vêm se especializando e organizando como uma classe trabalhadora consciente de suas responsabilidades, qualificando-se e requalificando-se por meio de cursos de capacitação, seminários e congressos.
O ano de 2002 foi de fundamental importância, pois o Curso Superior de Tecnólogos em Estética e Cosmetologia foi autorizado pelo MEC, de acordo com a Resolução Normativa do Conselho Nacional de Educação nº 03, de 18 de dezembro de 2002, fundamentada nos Pareceres 436/2001 e 29/2002, com base na Lei Federal 9.394, de 1996, regulamentada pelo Decreto 5154, de 23 de julho de 2004, permitindo, ainda, a realização de pós-graduação lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado). (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO)
A educação profissional, portanto, é um conceito de ensino abordado pela LDB (9394/96), reformado pelo Decreto 5154/04, tendo como objetivo atender o mercado de trabalho. De acordo com a legislação, a educação profissional se dá em três níveis:
- Nível básico: para pessoas com qualquer nível de instrução;
- Nível técnico: para estudantes do ensino médio ou pessoas que já concluíram o ensino médio;
- Nível tecnológico: realizado apenas por Instituições de Ensino Superior, podendo ser realizado como graduação ou pós graduação.

          Como toda profissão que se estabelece a partir da prática, há a urgente necessidade da criação e regulamentação de medidas de fiscalização e de um estatuto de profissão liberal. Atualmente, o Projeto de Lei 959/2003, que dispõe sobre as atividades do Técnico e Tecnólogo em Estética, aguarda a inclusão na pauta de votação da Câmara Federal.  No site do Ministério do Trabalho encontramos no Cadastro Brasileiro de Ocupações as funções do esteticista.
O Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmetologia é específico no estudo da pele e seus anexos, tendo em sua grade curricular todas as ciências necessárias para habilitar e fundamentar todas as práticas da profissão. Essas práticas são desenvolvidas em laboratórios específicos para atuar no atendimento facial, corporal e capilar.  Na grade curricular constam disciplinas da área da saúde como anatomia, citologia, histologia, fisiologia, psicologia, gestão, dermatopatologia, química e bioquímica, eletroterapia, cosmetologia, prática ambulatorial e outras. Algumas possuem Clínicas-Escola, onde o atendimento às comunidades realiza um importante trabalho social. Alguns cursos já estão aumentando suas cargas horárias para três anos, sendo então considerado Bacharelado em Estética e Cosmetologia ou tecnológicos.
          Nesse contexto, o aluno de cosmetologia e estética possui uma série de exigências que perduram até o final do curso: atividades extracurriculares, cumprimento de disciplinas teóricas e práticas, avaliações formais teóricas e práticas e deverá realizar TCC (trabalho de conclusão de curso) para obtenção do diploma.
          Estima-se uma média de 80 mil profissionais atuando legalmente no mercado brasileiro (técnicos e tecnólogos). Com a regulamentação, os que não possuírem certificado de formação como técnico ou tecnólogo, terão que se submeter ao curso de equiparação.

          No Brasil, hoje encontramos o curso na área de Estética em praticamente todos os Estados da Federação. Neste trabalho, foi feito um levantamento através do site do MEC (www.emec.mec.gov.br) que trata do sistema de regulação do Ensino Superior e cursos cadastrados. A busca foi feita com as seguintes palavras: cosmetologia; cosmética; estética; beleza; imagem pessoal e o cruzamento entre elas. Foram encontrados 68 cursos cadastrados (entre seqüencial, tecnológico e bacharelado) em Instituições de Ensino Superior, abaixo elencados por Estado, nome da Instituição e cidade de localização:

 São Paulo: (20) Centro universitário Barão de Mauá (Ribeirão Preto); Centro Universitário de Santo André (Santo André), Uniararas (Araras), Universidade Anhembi Morumbi (SP), Universidade São Judas Tadeu (SP), Centro Universitário Anhanguera (SP), Uniara (Araraquara), Unijales (Jales), Centro Universitário do norte Paulista (São José do Rio Preto), Unimonte (Santos), Centro Universitário Santanna (SP), Centro Universitário Senac (SP), Faculdade Anhanguera de Campinas, Faculdade Politec (SP), Unifran (Franca), Unisa (Santo Amaro), Uniso (Sorocaba), Universidade Sagrado Coração (Bauru), Unip (SP), Centro Universitário Claretiano (Batatais).
Rio Grande do Sul: (6) Centro Universitário Univates (Lajeado), Unicruz (Cruz Alta), Universidade de Passo Fundo (Sarandi), Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul), Universidade Luterana do Brasil – Ulbre (Canoas), Unijui (Ijuí).
Santa Catarina: (3) Universidade do Planalto Catarinense-Uniplac (Lages), Universidade do sul de Santa Catarina-Unisul (Tubarão), Universidade do Vale do Itajaí-Univali (Itajaí).
Paraná: (9) Centro Universitário Campos de Andrade-Uniandrade (Curitiba), Centro Universitário de Maringá- Ceumar-Cesumar (Maringá), Centro Universitário Filadélfia- Unifil (Londrina), Faculdade Dom Bosco (Cascavel), Faculdade Metropolitana Londrinense – UMP (Londrina), Faculdades OPET (Curitiba), Universidade Norte do Paraná – Unopar (Londrina), Universidade Paranaense – Unipar (Umuarama), Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba).
Rio de Janeiro: (6) Unigranrio (Duque de Caxias), Universidade Estácio de Sá – Unesa (RJ), Universidade Iguaçu – Unig (Nova Iguaçu), Universidade Salgado de Oliveira – Universo (São Gonçalo), Centro Universitário augusto Motta – Unisuam (RJ), Centro Universitário Celso Lisboa – UCL (RJ).
Espírito Santo: (1) Centro Universitário Vila Velha – UVV (Vila Velha).
Minas Gerais: (5) Universidade do Rio Verde – Unincor (Três Corações), Centro Universitário do Triângulo – Unitri (Uberlândia), Centro Universitário de Belo Horizonte (BH), Centro Universitário Newton Paiva (BH), Centro Universitário Uma (BH).
Mato Grosso do Sul: (3) Uniderp (Campo Grande), Unigran (Dourados), Unigran Capital (Campo Grande).
Mato Grosso: (3) Faculdade Centro Mato-grossense (Sorriso), Universidade de Cuiabá – Unic (Cuiabá), Univag (Várzea Grande).
Bahia: (2) Centro Universitário da Bahia – FIB (Salvador), Unifacs (Salvador).
Goiás: (1) Faculdade Cambury (Goiânia).
Tocantins: (1) Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp (Palmas)
Paraíba: (2) Faculdade de Tecnologia da Paraíba – FATECPB (Cabedelo), Faculdade Santa Emília de Rodat – FAZER (João Pessoa).
Rio Grande do Norte: (1) Universidade Potiguar – UNP (Natal).
Ceará: (1) Universidade Estadual do Vale do acarai – UVA (Sobral).
Maranhão: (1) Centro Universitário do Maranhão – uniceuma (São Luís)
Pará: (1) Faculdades Integradas Ipiranga – Faintipi (Belém).
Amazonas: (2) Uninorte (Manaus), Centro Universitário de Ensino superior do Amazonas – CIESA (Manaus).
          O curso de Cosmetologia e Estética não foi encontrado nos seguintes Estados: Acre, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Roraima, Rondônia e Amapá.
          Assim, a formação e profissionalização do esteticista atualmente encontram respaldo no sistema educacional brasileiro, com formação profissional específica e regulamentação pelo MEC. Abaixo quadro representativo das Instituições de Ensino superior que oferecem o Curso de Cosmetologia e Estética:
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   Estado
Nº de IES com curso cadastrado
                              Cidades
    SP
         20
São Paulo, Santo André, Santos, Ribeirão Preto, Franca, Batatais, São José do Rio Preto, Araras, Araraquara, Jales, Campinas, Santo amaro, Sorocaba,Bauru.
    RS
         6
Lajeado, Cruz Alta, Sarandi, Santa Cruz do Sul, Canoas, Ijuí.
   SC
         3
Lages, Tubarão, Itajaí.
   PR
         9
Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel, Umuarama.
   RJ
         6
Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São Gonçalo.
   ES
         1
Vila Velha
   MG
         5
Belo Horizonte, Uberlândia, Três Corações.
   MS
         3
Campo Grande, Dourados.
   MT
         3
Cuiabá, Sorriso, Várzea Grande.
   BA
         2
Salvador
   GO
         1
Goiânia
   TO
         1
Palmas
   PB
         2
João Pessoa, Cabedelo
   RN
         1
Natal
   CE
         1
Sobral
   MA
         1
São Luís
   PA
         1
Belém
   AM
         2
Manaus                                                                     
No total, são 18 Estados e 68 cursos cadastrados em 51 cidades do Brasil. Dados pesquisados em outubro de 2010.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Origens da profissão: Esteticista

No período paleolítico, encontramos fatos expressivos da vida cotidiana (em pinturas rupestres), principalmente da caça, com detalhes exatos dos animais, como chifres, patas, etc. O desejo de tornar-se mais atraente para o sexo oposto ou para sentir-se protegido, amparado ou cuidado, impulsionou o homem para elaboração de pomadas, ungüentos, tinturas, que eram passados em ocasiões especiais. Cabiam às mulheres na divisão social do trabalho nas tribos a função de cuidar.

          No ano de 1799, o descobrimento da pedra de Roseta permitiu a Champollion decifrar os hieróglifos (escrita egípcia), possibilitando a leitura de relevos em templos, tumbas, colunas, pirâmides, como também de papiros encontrados em escavações arqueológicas. Nos papiros egípcios foi decifrada uma infinidade de receitas de beleza: a fuligem de carvão misturada com gordura de ganso para maquiar os olhos, o cobre verde-esmeralda pulverizado para sombrear os olhos, etc. (POESIA, 1995).
           Às vezes, a matéria-prima encontrada era venenosa, como restos achados nas caixas de cosméticos que continham resíduos de magnésio, enxofre, antimônio, vitríolo e salitre. O antimônio vermelho era usado para colorir os lábios. Supõe-se que a intenção era embelezamento, sendo verdade que também utilizavam o cosmético para proteger-se do sol e do vento. Os antigos egípcios pulverizavam a areia ou a pedra-pomes e misturavam com óleo, pois a mistura deixava a pele mais suave (o que hoje chamamos de esfoliação cutânea). Suas máscaras de beleza eram feitas com barro do Nilo misturado com vegetais aromáticos triturados, mais gordura de ganso, suco de frutas, mel, até excremento de crocodilo chegou a fazer parte da composição. (ASHCAR; FARIA 2006).
           Ao observar os relevos egípcios, pode-se ver a importância que davam ao adorno corporal, à beleza e à estética. Tem-se como ícone da beleza da época a rainha Nefertite (da XVIII dinastia – 1380-1345 a.C.). Mais tarde, nos anos 69-30 a.C., Cleópatra, rainha de Alexandria, também é considerada um ícone da beleza e vaidade.
          Heródoto, historiador grego, em sua obra Histórias de Heródoto, destaca uma série de profissões mais populares na época como: embalsamador, escribas, perfumistas, médicos, escravas especialistas em massagens e banhos (provavelmente uma das origens da profissão esteticista). Numerosos instrumentos de sílex (rocha sedimentar silicatada de quartzo muito utilizada no período neolítico para confecção de instrumentos e utensílios) utilizados para cosméticos foram encontrados e estão distribuídos por museus no mundo todo. Eram paletas usadas para misturar pigmentos, diluir cosméticos, etc. Um dos cosméticos mais usados era o  kohol ou kajal (mistura de um pó negro, geralmente carvão vegetal e óleo para contornar os olhos) (FIGUEIREDO, [s. d.])

          No Séc. V a.C., na Grécia antiga, a beleza era muito cultuada, principalmente na cultura ateniense, onde o cuidado pessoal estava ligado à higiene e era tão popularizado que em todas as cidades haviam casas de banhos públicos, aos quais toda a população tinha acesso. Após o banho, realizava-se uma massagem, um complemento obrigatório, de acordo com Ashcar e Faria (2006). A mulher grega era voltada ao cuidado doméstico, dedicada à conservação de sua beleza, e os homens treinavam o físico para lutas. O modo de vida influenciou a constituição física do grego; a representação plástica dos corpos mostrava o ideal perfeito de beleza. Os escravos especialistas em massagens e cuidados estéticos valiam economicamente o dobro dos outros, em virtude do valor atribuído à beleza pelos atenienses. As jovens escravas massagistas eram especialistas também em cuidados com a pele, esfregavam a pele de seus amos para suavizá-la. Também realizavam a depilação dos pelos corporais, prática adotada do antigo Egito e posteriormente desenvolvida entre os romanos. (ASHCAR; FARIA 2006).
          A partir do ano 27 a.C. até meados do Séc. III d.C., Roma alcança seu apogeu, sempre adotando os costumes refinados do Egito e Grécia, assim como a arte de embelezar-se, preferindo as escravas egípcias e gregas, que realizavam todo o cuidado relativo à estética. Cabia aos escravos e barbeiros a prática do cuidar, incluindo práticas de higiene pessoal, banhos, massagens, odorização corporal. Os romanos eram adeptos dos banhos públicos e construíram as famosas termas para esta prática de saúde. As mulheres romanas passavam metade do dia entre banhos, termas, massagens, cuidados estéticos com a pele, cabelos e unhas, e a outra metade do dia, em banquetes e festas. Alguns filósofos criticaram a superficialidade e frivolidade das mulheres romanas. Como podemos observar, a estética sempre esteve associada à vaidade, superficialidade ou higiene pessoal.
          Durante a expansão do império romano, quando chegaram a Roma as prisioneiras ruivas da Germânia, as romanas solicitaram às escravas que desenvolvessem um produto que deixasse seus cabelos com idêntica tonalidade, pois as escravas tinham conhecimento do emprego de plantas e henna. As escravas realizavam penteados elaborados, maquiagem (pintando lábios e bochechas de vermelho), dominavam o uso do kajal, e usavam pigmento turquesa nas pálpebras superiores. As escravas que desempenhavam o trabalho tinham outra escrava chefe, que supervisionava a perfeita execução do serviço. Esse cargo era dado à escrava que demonstrava habilidade como cabeleireira, maquiadora, massagista, conhecedora de cosméticos, venenos, ervas e perfumes.
Pérsia e Arábia produziram grandes quantidades de perfumes e sedas. Durante o império Bizantino, no reinado de Justiniano (527-565), sua esposa Teodora ficou conhecida por sua vaidade e beleza, e adotou os costumes das romanas. A matéria prima dos cosméticos era à base de gordura animal (cordeiros, gazelas) misturada com mirra. Era muito popular o uso de compressas quentes no rosto e, por cima dessa camada generosa de cosmético, aplicava-se uma máscara de barro (argila), vinda do Egito, que era deixada até a secagem. (similar às nossas máscaras cosméticas atuais), todo o trabalho executado por escravas.
          No Oriente a prática da massagem com óleos e ervas é milenar. Na Índia é tradição a mãe fazer massagem ayurvédica com óleo de gergelim, oliva ou côco nos seus filhos diariamente até que completem sete anos. A prática também é comum entre familiares. Na China, Japão e Indonésia sempre se praticou massagens terapêuticas como shiatsu, do-in, tui-na. Na antiguidade eram práticas passadas de geração para geração empiricamente.

     
 Durante a Idade Média, a severidade do clero provocou austeridade, o culto ao corpo e a beleza foram culpabilizados com a noção de pecado. O banho foi eliminado o que ocasionou doenças epidêmicas e mortes por falta de higiene. Ocorreu um retrocesso nas práticas de saúde.
 O Renascimento traz uma época de representações artísticas e a volta da valoração do belo. O banho continua não sendo um hábito na Europa, mas o cheiro corporal é camuflado por intensos perfumes. Os médicos da época desenvolveram produtos antiperspirantes à base de plantas e cremes que clareavam a pele, assim como produtos para higiene bucal. A fixação pelo cabelo ruivo chega ao ápice, o que caracterizou uma época e um país: Veneza. A coloração era chamada “ruivo veneziano”. A Itália, em 1600, marca época: a cosmética cresceu com novas contribuições, conseqüência dos estudos em alquimia. Médicos e monges buscavam transmutar metais em ouro, o que levou a outros descobrimentos, como a água destilada e o álcool.
          A França destaca-se no século XVIII como vanguardista em cosméticos, moda e perfumes. Todo um aparato industrial foi montado para servir o inconstante capricho da beleza. A partir da revolução francesa ideais como nacionalismo, individualismo econômico e soberania das massas vieram à tona contra a monarquia. Em 1760 inicia-se a revolução industrial que se estabelece a partir do Séc. XIX. Provisoriamente, abandonaram-se cosméticos e perfumes, que ressurgiram com o culto à beleza praticada por Josefina. Os cosméticos deixam de ser uma elaboração artesanal para serem industrializados em larga escala. A partir deste século, começa a pesquisa científica aplicada à indústria de cosmético. Químicos colaboram com cabeleireiros e cosmetólogas e surgem entidades dedicadas à beleza. A consolidação do capitalismo é feita através dos conhecimentos científicos e tecnológicos em favor do desenvolvimento do sistema de produção. A política mercantilista acelerou o crescimento e urbanização da sociedade ocidental, promoveu melhoria no padrão de vida populacional com adoção de melhores hábitos de higiene. Os avanços das ciências naturais e tecnologias dividiram tecnicamente o trabalho em saúde originando as várias ocupações na área da saúde, entre elas a cosmetologia e estética. Surgem então, em meados de 1900, nomes pioneiros de mulheres interessadas em transformar o mercado da beleza, oferecendo beleza como bem de consumo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Máscaras Cosméticas


As máscaras são cosméticos de ação genérica. Podem produzir limpeza, hiperemia, hidratação e outras mais. Para a cliente, é importante o efeito psicológico que a máscara ocasiona, pois a sensação de frescura e tensão da pele facial fazem a cliente ter a convicção de que foi feito “algo importante e efetivo” sobre a pele de seu rosto.

CLASSIFICAÇÃO DAS MÁSCARAS POR SUAS PROPRIEDADES DERMATOLÓGICAS

1. DETERGENTES: as mais simples. Argila coloidal + substâncias. Agem como limpadoras da pele.

2. ADSTRINGENTES, TONICAS E TENSORAS: corrigem transitoriamente a seborréia, ostios dilatados e pequenas rugas. Promovem fechamento dos poros, refrescancia e efeito lifting.

3. BRANQUEADORA E DOADORAS DE BRILHO: correção de pele pigmentada, opaca. Produzem clareamento imediato (efeito "Cinderela") e deixam a pele mais luminosa. 

4. QUERATOLÍTICAS: esfoliam a pele. Ex: ácido láctico, cítrico, salicílico, glicólico e acetona. Funcionam como um peeling, renovam a pele.

5. NUTRITIVAS: ação lubrificante. Preventivas de rugas e corretivas de sequidão cutânea. Produzem efeito de nutrir a pele, fornecem nutrientes para peles desvitalizadas

6. CALMANTES E REFRESCANTES: feitas com amido, infusões de camomila e tília, também com mucilagens de algas e gomas, como gelatina, caseína, cânfora e flor-de-laranjeira. Produzem refrescância e acalmam a vermelhidãoirritação ou  da pele.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PH:   Podem ser ácidas, neutras ou alcalinas.

CLASSIFICAÇÃO COSMÉTICA DAS MÁSCARAS

1. ABSORVENTES OU ADSTRINGENTES: tipo argiloso, em média com 20% de caulim. Ao secar imobiliza o rosto. São difíceis de retirar. Têm ação limpadora e efeito tensor transitório deixando a pele firme, fresca e aveludada. Geralmente associada com ativos de extratos vegetais como alecrim, agrião, bardana, sálvia, hamamélis, etc.
2. ESFOLIANTES: contem grânulos sintéticos e produzem um efeito peeling, podem conter também um peeling químico como AHA's ou BHA's. Contra indicadas para peles secas e sensíveis.
3. CREMOSAS: não imobilizam o rosto. Fácil para remover. Contra indicada para peles acneicas. Geralmente são máscaras nutritivas ou hidratantes com ativos como vitaminas A e E, elastina, colágeno, placenta, ginseng, etc.
4. PEEL-OFF: forma película que se adere à pele depois de seca. É retirada puxando-a do queixo para testa, para cima, efetua pequena esfoliação, ação tensora e oclusiva, além de ajudar a penetração do cosmético usado anteriormente.
5. ARGILOSA: fangoterapia ou argiloterapia. Tem funções de desintoxicação e respiração cutânea, assim como também nutrição, clareamento, normalização da pele. Usada nos tratamentos da estética ortomolecular ou estética funcional. Pode apresentar-se em pó ou cremosa.
6. TENSORAS: podem ser em pó (albumina), hidroplásticas (alginato) ou de porcelana (gesso cosmético). São oclusivas e tensoras. Ajudam na penetração de ativos colocados sob a máscara e fazem efeito "lifting".
7. PEELING: máscara com alfa ou beta hidróxi ácidos: láctico, cítrico, glicólico, mandélico, tartárico, málico, salicílico(BHA). Promovem esfoliação química e/ou física cutânea.

8. OCLUSIVAS: hidroplásticas ou de porcelana. Promovem oclusão, ajudam na penetração de ativos formando película por cima da pele.

domingo, 1 de maio de 2011

Procedimentos pré e pós das cirurgias estéticas faciais

Pré operatório
Toda e qualquer cirurgia plástica estética facial terá sempre o mesmo pré operatório: procedimentos que visem a diminuição da espessura da camada córnea,como a  limpeza de pele para remoção de sebo e bactérias; e procedimentos que visem hidratação e nutrição do tecido, já que uma pele bem nutrida e hidratada facilita o procedimento, diminui o tempo de cicatrização e recuperação, por auxiliar a oxigenação tissular e melhorar o retorno venoso e linfático. Dependendo do caso, o objetivo é melhorar também o tônus tissular e muscular associando aos procedimentos de hidratação e nutrição,  aparelhos eletroterápicos como o microcorrentes e estimulador facial (corrente alternada). Ainda , é importante fazer a ativação da circulação sanguínea, pois o sangue alimenta todo o nosso corpo, inclusive a pele. Para a ativação pode-se usar a massofilaxia facial, bem como o aparelho de vácuo-spray na função sucção (pressão negativa) ou na função “drenagem pump” (usando a pressão positiva).

PROCEDIMENTOS FACIAIS PRÉ OPERATÓRIOS
  1. Limpeza de pele : 15 dias antes da cirurgia
  2. Hidratação e/ou nutrição -  mínimo de quatro aplicações em dias alternados. Pode-se usar eletroterapia associada (ionizador, alta frequência, vapor de ozônio, microcorrentes, corrente alternada – ginástica isométrica, vácuo, radiofrequência, eletroporação). Finalizar os procedimentos usando técnica de drenagem linfática facial.
  3. Drenagem linfática facial manual e “pump” – no dia anterior à cirurgia.
  4. Se o paciente for ancioso oferecer massagem relaxante com cromo e aromaterapia com efeito anti-estresse.
ORIENTAÇÕES GERAIS AO CLIENTE NO PRÉ CIRÚRGICO
- evitar fumar durante as 48 horas que antecedem a cirurgia,
- procurar alimentar-se com equilíbrio, dando atenção às proteínas, vitaminas e oligoelementos.
- a aplicação de produtos químicos como tintura de cabelo ou cílios deve ser feita  no máximo 72 horas antes da cirurgia
- não aplicar ácidos (peelings químicos) ou derivados por pelo menos 5 dias antes da cirurgia
- depilação facial deve ser feita quando necessário uma semana antes da cirurgia.
- retirar esmalte das mãos e pés no dia anterior ao da cirurgia (as unhas servem de referência para o anestesista checar oxigenação e circulação sanguínea).
- imediatamente antes de ir para o hospital ou clínica cirúrgica, tomar banho, lavar os cabelos, demaquilar a pele e lavá-la com sabonete facial neutro. Não aplicar hidratantes ou filtro solar. Levar roupa com botões para facilitar a colocação na saída da cirurgia, as roupas devem ser confortáveis, folgadas e os sapatos baixos e confortáveis.

Pós operatório
Nas cirurgias estéticas da face, os cuidados pós operatórios começam sob orientação do cirurgião responsável. Alguns médicos indicam tratamentos pós operatórios, outros não. Nós, esteticistas não devemos nunca contratriar uma prescrição médica. Mesmo quando o cliente chega e diz que quer fazer, mas que o médico não autorizou.( caso em que não devemos fazer). Quando o médico autoriza, devemos seguir o seguinte procedimento:
- Pós imediato ( até 30 dias após a cirurgia): drenagem linfática manual, em dias alternados,  levíssima e com o cuidado de não deslocar o tecido operado e jamais forçar a cicatriz no sentido de afastamento das bordas (“abrir”). A drenagem deve ser feita pelo método Vodder ou Leduc, sem cremes ou cosméticos delizantes, com movimentos lentos e suaves de pressão e descompressão, acompanhando o trajeto linfático facial de proximal a distal.
- Pós mediato ( de 31 a 90 dias após a cirurgia): aplicações semanais (uma ou duas vezes/semana) de drenagem linfática manual associada a métodos coadjuvantes como o microcorrentes, ultra-som de 3 MHz (quando houver fibroses), vácuo na pressão positiva – “drenagem pump”, que farão incremento do fluxo sanguíneo local, facilitando a cicatrização dos tecidos internos, aumentando o conforto do paciente com relação aos movimentos faciais. Sempre usar o aparelho primeiro e finalizar com a drenagem. Aqui já pode-se usar cosméticos de preferência com princípios ativos drenantes, descongestionantes, calmantes, antiedemaciantes, antiequimóticos, cicatrizantes, antiflogísticos,etc. Orientar uso de fotoproteção. Procure utilizar cosméticos com formulação para pele sensível.
- Pós tardio ( de 91 a 180 dias após a cirurgia): iniciar programa de tratamento da pele com limpeza de pele, hidratação, nutrição, peelings sequenciais, lifting, etc. Orientar uso de fotoproteção.
ORIENTAÇÕES GERAIS AO PACIENTE PÓS OPERADO

- não esfregar para remover resíduos sanguíneos ou a tinta do marcador cirúrgico.
- fazer compressas geladas de soro fisiológico na região para acelerar a diminuição do edema.
- o uso de pomadas cicatrizantes deve ser orientado pelo médico.
- não fazer esforço físico ou pegar peso.
- não tentar remover os pontos ou esparadrapos.
- cumprir o repouso determinado pelo médico, o sucesso da cirurgia também depende do período de repouso.

PRINCÍPIOS ATIVOS DESEJÁVEIS NO PÓS OPERATÓRIO

Arnica, beta glucan, complexo PPE, vitamina E, intracell, extratos de arnica, camomila, tília, aveia, calêndula; calmskin, calmosensine, aloe vera, ácido glicirrízico, purisoft, alantoína, PCANa, aquafiline, aquaporine, óleo de rosa mosqueta, vitamina B5, trealose, ômega 6, endorphin, neuroxil, ácido mucoplisacárido, heparina, vitamina K, entre outros. Qualquer ativo com propriedades  calmantes, descongestionantes, anti edematosas, dessensibilizantes, hidratantes, reepitelizantes, hipoalergênicos, não comedogênicos, inodoros, incolores, vasoconstritores.